
Depois de semanas de trocas de acusações entre o Município de Nampula e o Ministério da Saúde, o Presidente do Conselho Municipal, Luís Giquira, assumiu, esta quarta-feira (23), que a gestão da morgue do Hospital Central de Nampula é, de facto, da inteira responsabilidade do município.
A declaração foi feita à margem da sessão da Assembleia Municipal, onde Giquira garantiu que a edilidade já trabalha num plano concreto para resolver o problema que tem gerado indignação pública.
“Assumimos este compromisso da gestão municipal sobre as morgues. Agora estamos a preparar o nosso plano. Provavelmente vamos submeter, na próxima sessão, a identificação do nosso orçamento — para fazer a reparação dos frigoríficos que já existem, ver aquelas que dá para substituir e, nos próximos tempos, lançarmos um concurso para aquisição”, explicou.
O reconhecimento representa uma mudança de posição por parte da edilidade, que inicialmente negava qualquer responsabilidade pela infraestrutura, atribuindo-a ao Hospital Central de Nampula por estar dentro do complexo hospitalar.
O impasse entre as duas instituições contribuiu para o abandono prolongado da morgue, cujas câmaras frigoríficas se encontram avariadas, provocando maus odores e situações insalubres que afetam pacientes, profissionais de saúde e visitantes.
Durante o auge da controvérsia, o delegado do Ministério da Saúde, Ussene Hilário Isse, afirmou publicamente que a responsabilidade pela morgue cabia ao município. Ainda assim, a edilidade insistia em afastar-se da gestão do espaço.
Com a nova posição assumida por Giquira, cresce a expectativa entre os munícipes para que o município avance com celeridade na reabilitação do espaço mortuário e devolva dignidade aos serviços prestados no maior hospital do norte do país.