ONU Retira Famílias de Funcionários do Burundi em Meio a Conflito na RD Congo
A Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou a retirada das famílias do seu pessoal internacional no Burundi devido à escalada da violência no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).
A medida surge num momento em que o Presidente burundês, Evariste Ndayishimiye, tenta acalmar os diplomatas sobre a segurança no país.
Desde janeiro, o grupo rebelde M23, com apoio de soldados ruandeses, assumiu o controle de várias áreas estratégicas no leste da RDCongo, incluindo as cidades de Goma e Bukavu.
Testemunhas afirmam que os combatentes do M23 já estão a cerca de 75 km ao norte de Uvira, uma cidade próxima da capital económica do Burundi, Bujumbura.
O Burundi, que havia enviado mais de 10.000 soldados para apoiar o exército congolês desde 2023, começou a retirar parte das suas tropas devido ao avanço dos rebeldes.
No entanto, novas movimentações militares sugerem um reforço da presença burundesa na fronteira com a RDCongo.
Na semana passada, a ONU autorizou a saída das famílias do seu pessoal em Bujumbura, conforme uma carta do Departamento de Segurança e Proteção datada de 21 de fevereiro. Aviões foram fretados para acelerar a evacuação, segundo um funcionário da ONU citado pela AFP.
Além da tensão militar, o Burundi enfrenta um fluxo crescente de refugiados. Nos últimos 25 anos, o país não havia registado uma migração tão intensa, com mais de 43.000 pessoas cruzando a fronteira em apenas duas semanas.
Enquanto isso, no leste da RDCongo, o número de mortos nos combates já ultrapassa os 8.500 desde janeiro, segundo as autoridades locais.
O ministro da Saúde, Samuel Roger Kamba, relatou que "mais de 8.500 corpos foram enterrados em Goma", com outros 30 cadáveres ainda nas morgues. Além disso, há pelo menos 5.587 feridos, um número que cresce diariamente.
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A primeira-ministra da RDCongo, Judith Suminwa, afirmou que "mais de 450.000 pessoas estão sem abrigo e precisam de assistência humanitária", além dos 2,8 milhões de deslocados internos devido à instabilidade na região.
Desde 1998, o leste da RDCongo é palco de conflitos entre grupos rebeldes e o exército, apesar da presença da missão de paz da ONU (Monusco). Continua LER mais Conteúdos...[AQUI]
Fonte: Rádio Moçambique
Foto: RM