O deputado do PODEMOS António Faruma, de 25 anos, que havia sido reportado como desaparecido, reapareceu nesta quinta-feira, 27 de março, na Assembleia da República para tomar posse. No entanto, foi impedido de assumir o cargo imediatamente e orientado a aguardar uma decisão oficial após a análise do seu pedido.
O Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), que faz sua estreia no parlamento, havia denunciado o desaparecimento de dois de seus deputados, supostamente vítimas de repressão durante manifestações contra os resultados eleitorais. Entretanto, a situação tomou um novo rumo com as declarações de Faruma, que alegou ter sido alvo de um esquema interno.
“Não tomei posse porque houve má-fé comigo. Meu amigo Xavier, que faz parte do PODEMOS, recebeu uma orientação do secretário-geral dizendo que eu não poderia estar lá no dia da posse porque não fiz campanha”, afirmou Faruma.
A acusação levanta questionamentos sobre a organização interna do partido, já que investigações apontam que alguns candidatos do PODEMOS sequer sabiam que estavam concorrendo às eleições e, por isso, não participaram da campanha.
Faruma contesta o argumento de que sua ausência na campanha justificaria sua exclusão, destacando que outros membros do partido, mesmo sem envolvimento direto no pleito, foram empossados normalmente.
“Não entendo por que há pessoas que não fizeram campanha e mesmo assim tomaram posse”, questionou.
Ele revelou que, a princípio, seguiu as orientações superiores e permaneceu em casa, mas posteriormente decidiu reivindicar seu direito ao cargo. “Fui instruído a não comparecer, então obedeci. Mas, com o tempo, investiguei e percebi que tinha o direito de tomar posse”, explicou.
Faruma garantiu que já submeteu toda a documentação necessária e aguarda um retorno oficial: “Disseram que vão me ligar, mas não informaram a data”.
Relatórios indicam que, antes de se aliar a Venâncio Mondlane, o PODEMOS tinha poucas chances de entrar no parlamento e, para atender aos requisitos mínimos de candidatura, recrutou pessoas aleatoriamente em ruas e mercados.
Como resultado, parte dos eleitos sequer sabia que estava concorrendo, o que gerou dificuldades na localização de alguns para a posse.
Além de Faruma, outro deputado do partido, Faizal Anselmo Gabriel, também não tomou posse e seu paradeiro continua desconhecido. "Clique Aqui" para ver o artigo completo na integra.
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