YASSIN AMUJI DESTACA CONQUISTAS E DESAFIOS NO PLANO DE 100 DIAS DO PRESIDENTE DANIEL CHAPO, “MAS FALTA PAGAR HORAS EXTRAS NA EDUCAÇÃO E SAÚDE”
No programa Hora e Meia, transmitido ontem, 11 de fevereiro, pela STV, o empresário e Presidente do Turismo de Vilankulo, Yassin Amuji, teceu considerações sobre o desempenho do actual Governo nos primeiros 100 dias de mandato do Presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo. Durante a sua intervenção, Amuji apontou avanços significativos, mas também destacou desafios que, segundo ele, requerem atenção redobrada.
Entre os pontos positivos, Amuji ressaltou o pagamento do décimo terceiro salário, a regularização de dívidas com fornecedores de bens e serviços, bem como o pagamento de horas extras aos profissionais da Educação e da Saúde.
Estas medidas, que somam um montante de 10,9 mil milhões de meticais, foram interpretadas pelo empresário como uma demonstração inequívoca do compromisso do Estado com as suas obrigações laborais e contratuais.
O presidente do Turismo de Vilankulo, Amuji sublinhou ainda a implementação de projetos de aquacultura, que visam diversificar as fontes de rendimento dos produtores pesqueiros, incentivando-os a explorar as lagoas interiores, reduzindo, assim, a dependência exclusiva do mar.
Destacou, igualmente, a criação do Banco de Desenvolvimento e a decisão de canalizar 10% das receitas provenientes dos recursos minerais diretamente para as províncias e distritos, fortalecendo a economia local.
Outro aspecto positivo referido por Amuji foi a remoção da restrição de horários de funcionamento do comércio, o que, segundo ele, poderá impulsionar a atividade económica.
Acrescentou, também, a importância da campanha de promoção do destino Moçambique, fundamental para reverter a imagem negativa do país no exterior após os protestos recentes amplamente divulgados nas redes sociais.
No âmbito social, Amuji elogiou a distribuição de cinco mil bolas desportivas, iniciativa que deverá beneficiar cerca de 110 mil jovens, promovendo o desporto e afastando-os de atividades de risco.
Mencionou ainda a restruturação e o investimento na Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), considerando ser fundamental para melhorar a imagem da companhia e garantir resultados operacionais positivos.
Contudo, Amuji não deixou de apontar fragilidades no plano de 100 dias. Considera irrealista a meta de emitir 350 cartas de condução a jovens nesse período, uma vez que o processo inclui matrícula, formação teórica e prática, além dos exames finais, etapas que, segundo ele, exigem mais tempo.
Outra meta que suscita dúvidas é a distribuição de 16.304.700 lanches escolares. O empresário questiona a periodicidade dessa acção, indagando se será uma iniciativa pontual ou contínua ao longo do ano lectivo. Amuji também destacou a capacitação de 19 artesãos em técnicas de construção resiliente e as ligações de água a residências como medidas que deveriam estar sob a alçada dos governos provinciais e locais, e não centralizadas.
Ao concluir a sua análise, Amuji frisou que nenhum governo no mundo consegue cumprir 100% dos seus planos em tão curto espaço de tempo. Para ele, alcançar 70% do nível de execução já representaria um resultado extremamente positivo.
O empresário enfatizou que o principal desafio do Governo reside na reconciliação com os funcionários públicos.
É fundamental eliminar as dívidas pendentes para que se possa exigir maior responsabilidade e dedicação dos servidores públicos aos interesses da Nação”, concluiu.