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Os órgãos de administração da Justiça estão a trabalhar na identificação dos autores morais e materiais, incitadores e financiadores dos atos de vandalização e destruição de infra-estruturas públicas, com destaque para o setor judiciário.
A garantia foi dada na última sexta-feira pelo presidente do Tribunal Supremo, Adelino Muchanga, durante uma visita ao Estabelecimento Penitenciário Distrital de Manhiça e ao Tribunal Judicial local, onde avaliou os danos causados pelos atos de violência.
Mais de 600 processos sobre vandalismo nos tribunais
Muchanga afirmou que todos os envolvidos serão responsabilizados criminalmente, revelando que já há indivíduos identificados e detidos pelo seu envolvimento nos ataques. Além disso, mais de 600 expedientes foram registados nos tribunais judiciais sobre vandalismo e destruição de bens públicos e privados.
“Estamos a trabalhar para mapear as situações. Sabemos que estamos perante um ato de criminalidade organizada com estrutura e comando bem definidos, com líderes a nível central, local e até nas povoações”, disse Muchanga.
O magistrado enfatizou que os alicerces da administração pública não podem ser enfraquecidos, referindo-se à gravidade da invasão de cadeias, libertação de reclusos e destruição de tribunais.
Danos na penitenciária da Manhiça e no Tribunal Judicial
No Estabelecimento Penitenciário de Manhiça, a infraestrutura foi totalmente destruída, resultando na perda de mais de 1.500 processos arquivados ou em tramitação. Além disso, 80 reclusos fugiram durante os atos de vandalismo.
O Tribunal Judicial da Manhiça já julgou 19 processos relacionados às manifestações, com 25 arguidos condenados a penas de multa e prisão.
Adelino Muchanga assegurou que as autoridades continuam a avaliar os danos causados aos edifícios da Justiça em todo o país e que medidas serão tomadas para restaurar as infraestruturas e punir os responsáveis.
Fonte da notícia: Jornal Notícias
Foto: Arquivo