Folha de Manica

GOVERNO DE DANIEL CHAPO E DONALD TRUMP COM UMA ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DOS SEUS PAÍSES

GOVERNO DE DANIEL CHAPO E DONALD TRUMP COM UMA ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DOS SEUS PAÍSES 


O recém-formado governo do Presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, apresenta uma composição inédita, onde cinco ministros possuem ligações diretas ao setor empresarial, levantando debates sobre a influência de interesses privados na gestão pública. 

Situação semelhante ocorre nos Estados Unidos, onde o actual Presidente Donald Trump, estruturou sua administração com figuras do sector econômico, incluindo o magnata Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo.

MINISTROS EMPRESÁRIOS: OPORTUNIDADE OU RISCO?

De acordo com informações do Centro de Integridade Pública (CIP), a nova estrutura governamental moçambicana levanta questões sobre conflitos de interesse e riscos de corrupção, especialmente nos setores estratégicos onde os ministros possuem investimentos diretos. Entre os membros destacados estão:

1. João Matlombe – Ministro dos Transportes e Logística

João Matlombe, acumula participação em nove empresas ligadas a transporte, comércio, turismo, energia e agropecuária. Algumas das suas principais companhias incluem:

Connect Plus, Limitada – Comércio e transporte;

Shape Estética & Saúde, Limitada – Estética e consultoria;


Connect Plus Energy, Limitada – Energia e infraestrutura;

CITI Transportes, Limitada – Desenvolvimento de projetos de transporte e mobilidade urbana.

A dualidade de funções desperta preocupações sobre uso de informações privilegiadas e favorecimento de interesses particulares na definição de políticas públicas do setor.

2. Roberto Mito Albino – Ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas

Detentor de participação em cinco empresas, Roberto Albino possui investimentos agropecuários e na indústria de consultoria e entretenimento. Destacam-se:

Umbeluzi Investimentos, Lda. – Agricultura e processamento agropecuário;

Donawafika Investiments Moçambique, S.A. – Gestão de ativos agrícolas e comerciais;

Prozinco Moçambique – Construção civil;

RSR Consultoria e Serviços, Lda. – Auditoria e consultoria em gestão econômica.

O envolvimento empresarial do ministro levanta questões sobre gestão de subsídios agrícolas e políticas ambientais, uma vez que sua actuação pode gerar vantagens para seus próprios negócios.

3. Paulo Chachine – Ministro do Interior

Paulo Chachine está à frente de três empresas, com foco em importação de armamentos e serviços de segurança:

Nello Gonçalves Filho – Espingardaria e Carreira de Tiros, Lda. – Comércio de armas;

SP-Import & Export, Lda. – Importação e exportação de materiais diversos;

Mian Serviços & Comércio, Lda. – Aluguel de veículos e consultoria.

O seu controle sobre o Ministério do Interior, aliado ao seu envolvimento no sector de armamentos e segurança, gera dúvidas sobre possíveis benefícios próprios na aquisição de equipamentos bélicos pelo Estado.

4. Cristóvão Chume – Ministro da Defesa

Chume é acionista de quatro empresas, atuando no setor de mineração e infraestrutura, com destaque para:

Esmo Invest Mozambique, Lda. – Exploração mineral;

Monapo Stone, Lda. – Mineração e exportação de pedras preciosas;

Escola de Condução Mozachina – Formação de motoristas;

Boa Solução Consultores, Lda. – Consultoria empresarial.

O ministro detém 49% do capital da Esmo Invest, enquanto os outros 51% pertencem à sua sócia Xi Hui, cidadã chinesa, o que levanta preocupações sobre o envolvimento estrangeiro em áreas estratégicas da segurança nacional.

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