No recente governo formado por Daniel Chapo, cinco ministros ocupam cargos estratégicos nos sectores para os quais possuem interesses empresariais diretos, uma situação que levanta preocupações sobre a transparência e a integridade dos processos de contratação pública em Moçambique.
Os ministros em questão dirigem as pastas de Transporte e Logística, Recursos Minerais e Energia, Interior, Justiça e Agricultura. Embora a presença de empresários no governo não constitua, por si só, uma irregularidade, ela representa um fator de risco significativo, dado o poder de influenciar decisões em setores-chave da economia moçambicana.
A pesquisa documental que sustenta esta reportagem aponta que esses ministros mantêm participações societárias ou interesses financeiros em empresas diretamente relacionadas às áreas que agora administram. Essa proximidade cria um ambiente propício ao conflito de interesses, especialmente em processos de contratação pública, expostos a riscos elevados de corrupção e tráfico de influência.
Organizações da sociedade civil e especialistas em transparência governamental alertam para a necessidade urgente de mecanismos de monitorização independentes que possam acompanhar de perto as decisões desses ministros.
"A existência de salvaguardas, como declarações públicas de patrimônio e mecanismos de impedimento, é fundamental para evitar que o interesse público seja comprometido por ganhos privados", destacou um analista político, sob condição de anonimato.
Diante desse cenário, cresce a expectativa de que o governo de Daniel Chapo adote medidas concretas para garantir a transparência e a ética pública, promovendo um ambiente de governança responsável e livre de influências obscuras.
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