Folha de Manica

ESTOU AQUI COMO ACADÉMICO, NÃO COMO MEMBRO DO PARTIDO FRELIMO” DECLARA RÉGIO CONRADO

ESTOU AQUI COMO ACADÉMICO, NÃO COMO MEMBRO DO PARTIDO FRELIMO” DECLARA RÉGIO CONRADO


Na manhã de 14 de fevereiro, o acadêmico e professor Doutor Régio Conrado participou do programa “Especial Comitê Central da FRELIMO” transmitido pela TV Sucesso, em plena terceira sessão extraordinária do Comitê Central do partido FRELIMO. 


Durante a entrevista, foi questionado sobre sua presença no evento, se ele estava ali como membro do partido ou apenas como observador.


Régio Conrado esclareceu sua posição, destacando que estava presente como acadêmico, com o intuito de observar de perto os processos internos que envolvem as decisões importantes do partido. “Minha presença aqui é puramente acadêmica. 

Estou aqui para acompanhar, obter informações precisas e, a partir delas, abordar com rigor os temas que nos são exigidos. 


Este evento, como todos sabem, é de extrema importância para os rumos do país, uma vez que o FRELIMO ocupa uma posição central no governo”, afirmou Conrado, elucidando seu papel como observador crítico.


A conversa se aprofundou nas questões que envolvem as dinâmicas internas do partido, com especial foco nas eleições que estão por vir, que poderão definir desde o Presidente do Partido até o Secretário-Geral. 

Conrado explicou que, para compreender as intrincadas lógicas do partido, era necessário estar presente, observando de perto os fenômenos políticos que se desenrolam no coração da FRELIMO. 


“Assim como o jornalista, que não é membro, mas está aqui para acompanhar com imparcialidade, eu também estou aqui com a mesma postura acadêmica e isenta”, completou.


As questões levantadas durante a entrevista também focaram na crise social e política que o país atravessa, destacando a necessidade do partido em apresentar soluções eficazes e práticas para lidar com o cenário actual. 


Conrado foi questionado sobre o perfil ideal para o novo Secretário-Geral da FRELIMO, e sua resposta refletiu a profundidade de sua análise sobre a situação.


“Ao analisar o perfil do Secretário-Geral, é necessário considerar as complexidades da sociedade moçambicana e o momento político que vivemos. 

O partido está diante de um cenário de crise social e política, e a figura do Secretário-Geral precisa ter a capacidade de lidar com esses desafios, agindo com sabedoria e firmeza. 


Esse líder precisa ser alguém com habilidades de articulação política, um capital intelectual robusto e, acima de tudo, um profundo conhecimento das dinâmicas internas do partido”, ressaltou.


O acadêmico também apontou que o FRELIMO, como um dos partidos mais antigos e complexos da África, não pode ser analisado de forma simplista.


 Dentro da FRELIMO, coexistem diversas tendências e perspectivas, o que torna qualquer previsão sobre o futuro do partido uma tarefa difícil. 


“Há uma grande diversidade de opiniões dentro do partido, e isso é algo que precisa ser compreendido por aqueles que analisam sua trajetória política. Não há uma linha única de ação. 

Pelo contrário, o que existe são diferentes vertentes que, apesar de divergentes, buscam um objetivo comum”, explicou Conrado.


Em relação ao perfil do Secretário-Geral, ele enfatizou a necessidade de uma figura capaz de equilibrar as demandas internas do partido e os anseios da população moçambicana. 

O Secretário-Geral precisa ser alguém com uma visão estratégica, capaz de conduzir o partido em tempos de crise, ao mesmo tempo em que compreende a necessidade de reformas profundas dentro da estrutura partidária. 

Ele precisa ser um líder que possa dialogar com as diferentes gerações e se mostrar sensível às questões que afligem a população”, observou.


Quando questionado sobre as possíveis escolhas para o cargo de Secretário-Geral, Conrado foi cauteloso, destacando a dificuldade de se antecipar às decisões internas do partido. 

É um exercício complicado avançar nomes, pois a história do FRELIMO mostra que as decisões muitas vezes surpreendem, e o que se espera nem sempre corresponde ao que realmente ocorre. A política interna do partido é dinâmica e cheia de surpresas”, ponderou.


A entrevista seguiu com uma análise sobre a importância da definição dos critérios para a escolha dos líderes dentro da FRELIMO, especialmente considerando a necessidade de reformas estruturais dentro do partido. 

Conrado destacou que o futuro do partido dependerá não apenas de mudanças nas suas lideranças, mas também de uma reavaliação profunda das suas práticas e da sua relação com a sociedade.


“É imperativo que o FRELIMO adote uma postura mais inclusiva, que abra espaço para a nova geração e que reconquiste a confiança do povo moçambicano. 

As mudanças estruturais que se anunciam precisam ser concretizadas, e a gestão interna do partido será fundamental nesse processo. O Secretário-Geral deve ser alguém capaz de conduzir essa transição com sensatez e capacidade política”, afirmou.


O acadêmico também alertou sobre a transição demográfica em Moçambique, que exige uma liderança capaz de dialogar com as novas gerações, que têm exigências e perspectivas diferentes das mais antigas. 

O futuro do FRELIMO dependerá de sua capacidade de renovar sua imagem e de estabelecer um vínculo mais forte com a juventude, que será determinante para o sucesso do partido no futuro. 

O Secretário-Geral deve ter essa sensibilidade e saber articular as diferentes demandas da sociedade moçambicana”, concluiu.


Por fim, Conrado reafirmou sua posição como acadêmico, reiterando que seu objetivo era observar de perto os processos que moldam a política do país e contribuir para uma análise mais profunda e crítica dos acontecimentos.

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