Folha de Manica

Bastonário da Ordem dos Advogados critica repressão policial em protestos populares

 

Bastonário da Ordem dos Advogados critica repressão policial em protestos populares

Carlos Martins condena atuação da UIR e defende diálogo em vez de repressão

A cerimônia de abertura do Ano Judicial de 2025 foi marcada por um forte discurso do Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Carlos Martins, que condenou a repressão policial contra manifestações populares no país.

Durante sua intervenção, Martins criticou a atuação da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), destacando que o Estado deve priorizar o diálogo em vez da força bruta. 

“O papel do Estado não é suprimir vozes dissonantes com balas e gás lacrimogéneo, mas sim escutá-las e criar soluções que atendam às necessidades da população”, afirmou.

Nos últimos anos, movimentos sociais e organizações de direitos humanos têm denunciado o uso excessivo da força por parte das autoridades, especialmente contra protestos populares. Segundo Martins, a resposta do governo às manifestações deve ser reformulada.

 “Hoje, quando há manifestações, sejam pacíficas ou não, a primeira entidade a chegar ao local é a UIR e não as lideranças políticas, cuja função central é governar no interesse dos governados”, criticou.

O Bastonário também defendeu reformas profundas no setor da justiça, incluindo a transformação do Tribunal Administrativo em Tribunal Supremo Administrativo e a criação de um Tribunal de Contas, garantindo mais transparência e independência ao sistema.

“A justiça não pode ser um privilégio dos poderosos. Deve ser um direito efetivo de todos os moçambicanos”, enfatizou.

Martins ainda apelou para que o novo governo estabeleça um modelo de governança mais democrático, substituindo a repressão pelo diálogo.

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