O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) denunciou a alegada execução de dezenas de pescadores civis por membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS), em particular da Marinha de Guerra de Moçambique, em vários incidentes registados nas zonas costeiras de Cabo Delgado entre julho e setembro de 2025.
De acordo com o CDD, o caso mais grave terá ocorrido no distrito do Ibo, a 8 de setembro, quando três embarcações militares cercaram uma ilha usada sazonalmente por pescadores e abriram fogo sem aviso prévio.
Pelo menos 18 pessoas terão morrido no local, embora algumas fontes locais apontem para até 43 vítimas, incluindo incidentes relacionados em Maguere, na ilha de Matemo.
Outros episódios semelhantes foram reportados em Quissanga, onde três civis teriam sido retirados de uma embarcação por elementos navais e encontrados mortos posteriormente, e em Pangane, no distrito de Macomia, onde imagens divulgadas em julho mostram alegadamente a execução de pescadores por homens identificados como militares.
LEIA TAMBÉM:
- Vice-Comandante da PRM desafia polícia a reconquistar confiança do povo
- Criação de Centro Regional reforça combate à pesca ilegal na SADC
- Moçambique participa na Cimeira da ONU sobre Crimes Cibernéticos em Hanói
- Messi renova contrato e reacende rivalidade com Cristiano Ronaldo
- Fundo Soberano: TA aponta discrepâncias entre Governo e INP
Segundo o CDD, estes casos sugerem um possível padrão de uso excessivo e letal da força contra civis desarmados, o que, se confirmado, configuraria graves violações dos Direitos Humanos e do Direito Internacional Humanitário.
A organização defende a criação urgente de um inquérito independente e imparcial que apure as circunstâncias e responsabilidades dos incidentes.
O CDD expressa ainda “profunda preocupação” com o silêncio das autoridades moçambicanas, afirmando que, desde a denúncia pública feita a 18 de setembro de 2025, o Estado não se pronunciou oficialmente nem anunciou qualquer investigação.
Para o centro, esta falta de resposta “agrava a dor das famílias das vítimas, incentiva a impunidade e fragiliza a confiança entre as comunidades e as instituições públicas”.
O CDD apela às instituições nacionais e internacionais para que ajam de forma urgente, assegurando proteção às comunidades afetadas e prevenindo novas violações de direitos humanos em Cabo Delgado. Continua LER mais Clique Aqui
Fonte: CDD
Foto: CDD