
Maputo, Moçambique – Cerca de 400 trabalhadores de postos de abastecimento de combustível vandalizados tiveram seus contratos suspensos, devido à destruição provocada pelos protestos pós-eleitorais.
Atualmente, pelo menos 10 postos permanecem inoperacionais, enquanto a reconstrução depende da estabilização do ambiente político no país.
Os efeitos da violência ainda são visíveis nos postos afetados. Vidros partidos, equipamentos destruídos e lojas de conveniência saqueadas fazem parte do cenário de destruição.
“A fotografia de facto mostra postos que foram totalmente vandalizados, alguns que foram vandalizados parcialmente.
E esta situação, para aqueles que foram vandalizados de forma total, não têm como voltar às operações”, explicou Nelson Mavimbe, presidente da Associação dos Revendedores de Combustível de Moçambique (ARCOMOC).
Segundo a associação, durante os protestos, cerca de 30 postos foram parcial ou totalmente destruídos, e 10 deles continuam fechados. A incerteza sobre a segurança impede a retoma das atividades.
“O processo de recuperação é muito complexo e, neste momento, fica difícil garantir a reposição dos danos, porque as manifestações continuam a acontecer”, acrescentou Mavimbe.
Com o encerramento das bombas, os trabalhadores perderam os seus empregos. “Em média, um posto de combustível emprega cerca de 40 pessoas.
Se considerarmos os 10 postos completamente destruídos, pelo menos 400 funcionários tiveram seus contratos suspensos”, explicou.
A reconstrução dos postos de abastecimento continua indefinida, uma vez que há receio de novas depredações. “Há um risco de se repor os danos e, no dia seguinte, os manifestantes voltarem a vandalizar.
É preciso que a estabilidade seja reposta antes de qualquer investimento”, alertou o presidente da ARCOMOC.
Além disso, a associação não vê benefícios na linha de crédito de 10 mil milhões de meticais anunciada pelo governo. “Não achamos que essas linhas de financiamento sejam sustentáveis para quem perdeu tudo.
Muitas empresas já haviam contraído empréstimos bancários para os investimentos que agora foram destruídos”, concluiu Mavimbe.
Enquanto a situação política e social não se normalizar, os gestores dos postos de combustível destruídos continuam sem perspectivas de retomar as atividades.
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Fonte: O País