Líder da oposição em Moçambique apela à união antes de novos protestos
Venâncio Mondlane, líder da oposição em Moçambique e ex-candidato presidencial, convocou a população para se unir em um ato simbólico antes de uma nova onda de protestos contra os resultados das eleições presidenciais de outubro.
Em exílio voluntário, Mondlane fez o apelo por meio de uma transmissão ao vivo em sua página do Facebook.
Ele solicitou aos cidadãos que se reunissem em suas comunidades às 23h45 de 31 de dezembro para cantar o hino nacional como forma de reafirmar a unidade nacional.
"Precisamos nos reencontrar como moçambicanos", enfatizou Mondlane, destacando a necessidade de resistência pacífica.
A convocação ocorre em meio a uma escalada de violência no país. Segundo a Plataforma Decide, um grupo de monitoramento local.
Os protestos contra os resultados eleitorais resultaram na morte de 179 pessoas na última semana, elevando o número total de fatalidades para 278 desde o início das manifestações.
Entre as vítimas estão manifestantes, crianças e membros das forças de segurança.
Mondlane rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, do partido governista Frelimo, com 65% dos votos, de acordo com a revisão final do tribunal constitucional
Observadores internacionais denunciaram irregularidades graves no processo eleitoral, incluindo adulteração de números e anomalias na contagem dos votos.
Em meio às tensões, Mondlane anunciou que pretende autoproclamar-se presidente no dia 15 de janeiro, mesmo estando em exílio.
Ele afirmou estar disposto a sacrificar sua vida pela luta por mudanças no país. "Estou pronto para perder a minha vida por esta causa", declarou.
Enquanto isso, Daniel Chapo declarou que será "o presidente de todos" após a sua posse oficial e prometeu trabalhar em soluções para os problemas causados pela crise política e social.
Observadores alertam que a situação em Moçambique permanece incerta, com os protestos previstos para 2 de Janeiro representando um novo capítulo na disputa política entre governo e oposição. Leia mais connosco aqui...