Venâncio Mondlane Questiona Governo e Denuncia Ausência Durante Manifestações

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Venâncio Mondlane Questiona Governo e Denuncia Ausência Durante Manifestações Populares

Em meio a um cenário de tensão e protestos populares em Moçambique, Venâncio Mondlane, político e figura pública influente, lançou uma pergunta que reverberou intensamente: "Onde estava o governo durante as manifestações?"
 
A declaração, feita em tom crítico, destaca a ausência do Presidente da República, ministros e outros líderes governamentais em momentos de crise.
 
Segundo Mondlane, enquanto cidadãos saíam às ruas para protestar, os principais dirigentes do país estavam longe da capital, com relatos de viagens a Pemba, Dubai, Qatar e outras localidades internacionais, distantes dos tumultos e reivindicações dos cidadãos.
 
Mondlane denuncia que o governo deixou a gestão das manifestações para as forças policiais e militares, que, segundo ele, estariam agindo de forma desproporcional contra a população.
 
Em suas palavras, "os políticos fogem e deixam militares e policiais para fazer o trabalho sujo", uma alegação que reflecte a insatisfação da oposição e de muitos manifestantes quanto à repressão e ao uso excessivo de força.
 
Mondlane cita ainda que, durante os protestos, membros das forças de segurança foram vistos carregando bens saqueados, o que ele atribui a uma condição de carência e marginalização dentro da própria polícia.
 
A internet, que foi cortada em vários momentos críticos, foi justificada pelo governo como uma medida para prevenir destruição em massa.
 
Contudo, Mondlane vê nisso um sinal de fraqueza, argumentando que se o governo teme que a população se manifeste, isso indica falta de controle interno e de segurança.
"Se é um governo votado por 70% da população, por que temer a internet?", questionou-o político, insinuando que o corte da comunicação seria uma tentativa de silenciar as vozes contrárias. (alert-success)
A imprensa internacional também desempenhou um papel relevante na repercussão dos acontecimentos em Moçambique, ganhando destaque em veículos de comunicação dos Estados Unidos, Europa e até da Ásia.
 
Para Mondlane, o apoio da mídia estrangeira demonstra que as denúncias estão sendo levadas a sério em nível global, algo que o próprio governo parece evitar discutir.
 
Ele menciona reportagens do Financial Times, Bloomberg e de diversos canais europeus, inclusive o Parlamento Português, onde lideranças já se pronunciaram sobre o carácter supostamente fraudulento das últimas eleições moçambicanas.
 
Outro ponto abordado por Mondlane foi a questão dos interesses empresariais dos líderes políticos, sugerindo que membros do governo estão directamente envolvidos em negócios de exploração mineral, especialmente em áreas de conflito como Cabo Delgado.
 
Ele menciona nomes como Alcinda Abreu, membro da Comissão Política da FRELIMO, partido no poder, que teria participação em empresas mineradoras e de exploração de recursos naturais na região.
 
Essa denúncia lança uma luz sobre a relação entre os recursos minerais do país e as tensões que envolvem não apenas as manifestações, mas também as operações militares e os conflitos locais.
 
Mondlane considera hipócrita que, enquanto o governo acusa manifestantes de serem manipulados por interesses estrangeiros, alguns líderes estejam envolvidos em atividades econômicas que beneficiam entidades internacionais. 

Ele pontua que esses interesses contradizem a narrativa oficial, mostrando que o governo também estaria envolvido em parcerias com empresas de outros países, ao mesmo tempo em que os cidadãos sofrem as consequências das instabilidades econômicas e políticas.
 
A denúncia de Mondlane expõe uma tensão latente: o aparente distanciamento do governo dos problemas enfrentados pela população, exacerbado pela gestão repressiva das manifestações e pela alegada exploração dos recursos naturais em áreas de conflito.
 
Para ele, os protestos populares representam uma insatisfação que não será silenciada facilmente, mesmo com as tentativas do governo de desmobilizar e controlar as vozes de oposição.
 
Ao final de sua fala, Mondlane reafirmou seu compromisso em continuar denunciando abusos e em apoiar a luta do povo moçambicano por um país mais justo e transparente. Segundo ele, "a voz do povo é uma força que não pode ser suprimida, não importa quantos obstáculos sejam impostos".
 
Afirmou, ainda, que o descontentamento popular só será apaziguado com respostas claras e acções concretas por parte das lideranças políticas, enfatizando que Moçambique precisa urgentemente de uma reforma que atenda aos interesses da população. Continue lendo mais…
 
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