Soldados Moçambicanos Abandonam Posições por Falta de Apoio Logístico

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Ataques Terroristas em Cabo Delgado: Soldados Moçambicanos Abandonam Posições por Falta de Apoio Logístico

Ataques Terroristas em Cabo Delgado: Soldados Moçambicanos Abandonam Posições por Falta de Apoio Logístico

A crise logística que afecta as forças militares moçambicanas no norte do país ganha novos contornos, à medida que soldados destacados para combater o terrorismo na região de Mucojo, distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, abandonam suas posições.
 
Segundo informações locais, os militares alegam falta de alimentação e de rendição adequada, em contraste com a assistência eficiente oferecida aos agentes policiais envolvidos na repressão de manifestações populares organizadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, do partido Podemos.
 
De acordo com relatos dos soldados que chegaram à vila de Macomia, muitos foram destacados para o Teatro Operacional Norte (TON) logo após a conclusão do treinamento, em Janeiro deste ano.
 
Desde então, enfrentam dificuldades de abastecimento, com longos períodos sem receber alimentação adequada e sem suporte logístico essencial para o combate ao terrorismo. Uma fonte que conversou sob condição de anonimato destacou o contraste com as tropas de Ruanda, que recebem suporte logístico contínuo.
 
“Eles contaram que estão mais vulneráveis à falta de provisões do que às balas dos terroristas,” relatou a fonte, mencionando que os militares vinham resistindo em posições como Quiterajo por dias, sem a alimentação necessária para sustentar as operações.
 
A situação é agravada pelo fato de que esta não é a primeira vez que a logística se mostra insuficiente no Teatro Operacional Norte. Em diversas ocasiões anteriores, falhas na infra-estrutura de apoio obrigaram as tropas a tomar decisões drásticas, incluindo o abandono de posições estratégicas.
 
Segundo um morador local, alguns soldados recorreram a percursos a pé para deixar Quiterajo, enquanto outros, em situação crítica, foram atacados por terroristas durante a retirada.
 
A lacuna no apoio logístico surge em um contexto contraditório. Relatórios do governo indicam que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) consumiram até Setembro 82,8% de seu orçamento anual, o que levanta questionamentos sobre a gestão de recursos nas frentes de combate.
 
Enquanto isso, o governo tem priorizado a logística para apoiar a polícia na repressão a manifestações populares, intensificadas após o anúncio dos resultados eleitorais que levantaram suspeitas de fraude.
 
Em um país que vive uma crescente pressão social e desafios de segurança, a situação em Cabo Delgado revela uma crise que ultrapassa o campo de batalha e atinge a credibilidade das instituições militares e a moral das tropas em serviço no combate ao terrorismo. Leia mais notícias…


FONTE: CARTAMZ

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