Deputado Português Critica Postura do Governo sobre Moçambique e Cobra Atitude Mais Firme
O deputado português
Rodrigo Saraiva, da Iniciativa Liberal, criticou a postura do governo português
em relação aos recentes acontecimentos políticos e sociais em Moçambique.
Em uma entrevista à
RTP, Saraiva defendeu que Portugal deve adotar uma posição mais firme, deixando
de lado qualquer condescendência ou subserviência, e condenando de maneira
incisiva as irregularidades e repressões observadas no país africano.
Para ele, a prudência
excessiva e o silêncio não servem ao povo moçambicano nem à comunidade
portuguesa residente no país.
Em sua fala, Saraiva
lembrou que as eleições autárquicas em Moçambique, realizadas há um ano, já
haviam sido marcadas por denúncias de irregularidades.
"Na época, houve
manifestações legítimas e pacíficas da população, mas também repressão policial
intensa", recordou o deputado.
Agora, segundo ele, a
situação agravou-se com novas denúncias de fraude eleitoral e repressão
violenta, além do assassinato de figuras próximas ao candidato da oposição
Venâncio Mondlane, do partido Podemos.
Para Saraiva, a relação
de Portugal com Moçambique precisa ser tratada com o mesmo nível de seriedade
que outros países enfrentam. Ele ressaltou que o respeito pela história e a
proximidade entre as nações não justificam uma postura complacente.
Saraiva relatou que a
comunidade portuguesa no país encontra dificuldades em processos básicos, como
obtenção de licenças de negócios e documentos de residência.
Esse ambiente hostil,
segundo ele, é um dos factores que exigem de Portugal uma postura mais activa
para proteger não só os interesses dos portugueses, mas também o bem-estar e os
direitos do povo moçambicano.
Saraiva questionou a
lentidão do governo português em demonstrar apoio ao povo moçambicano,
contrastando com a rapidez de respostas observada em outros contextos, como na
crise venezuelana.
Ele sugeriu que a
aparente prudência de Portugal é, na verdade, um reflexo de um "trauma
pós-colonial" que ainda afeta as relações com Moçambique e outros países
lusófonos.
Para ele, a comunidade
internacional tem o dever de agir com firmeza para influenciar mudanças em
Moçambique, ajudando a população local a obter um futuro mais justo e seguro.
Assim, Rodrigo Saraiva
deixa claro que a Iniciativa Liberal espera uma postura mais decidida do
governo português, afirmando que o momento exige uma actuação clara e incisiva,
tanto em defesa dos direitos humanos quanto da democracia em Moçambique. Leia mais conteúdos…
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"Precisamos encarar Moçambique de igual para igual, sem condescendência nem subserviência. Da mesma forma que Portugal se posiciona sobre Venezuela e Irã, deve se posicionar sobre Moçambique", afirmou.Outro ponto levantado pelo deputado foi a situação dos portugueses residentes em Moçambique, que ele descreveu como “vítimas de uma burocracia preconceituosa”.(alert-success)
"É preciso agir com solidariedade e apoiar a luta do povo moçambicano, que vive em um dos países com piores índices de desenvolvimento humano e altos níveis de pobreza globalmente", disse o deputado.Ao final da entrevista, Saraiva reforçou a importância de Portugal trabalhar em conjunto com a União Europeia e outras nações para pressionar o governo moçambicano a respeitar os direitos humanos e adoptar medidas democráticas reais.(alert-success)