Amnistia Internacional exige fim da violência contra manifestantes em Moçambique
Moçambique - A Amnistia Internacional (AI) pediu hoje, em comunicado, que o governo moçambicano interrompa imediatamente a repressão violenta contra manifestantes, alertando que o uso de balas reais, gás lacrimogéneo e detenções arbitrárias resultou na morte de pelo menos dez pessoas e ferimentos em centenas de outras.
O pedido foi divulgado após uma série de protestos reprimidos pela polícia e num momento em que mais manifestações estão previstas.
Segundo Khanyo Farise, diretor regional adjunto da AI para a África Oriental e Austral, a violência contra os manifestantes representa um ataque aos direitos à liberdade de expressão e reunião pacífica.
"As autoridades moçambicanas devem pôr fim imediato à escalada de violência e respeitar o direito à manifestação", afirmou Farise no comunicado. Ele alertou que a situação atual dos direitos humanos no país pode piorar caso a repressão continue.
Os protestos, realizados em diversas regiões de Moçambique, vêm sendo marcados por uma forte ação policial, com o uso de balas reais, gás lacrimogéneo e detenções em massa, segundo relatos de organizações médicas e observadores locais.
Ao menos dez mortes foram confirmadas, com dezenas de feridos, além de centenas de detenções arbitrárias de pessoas que participavam de protestos pacíficos.
A AI alerta que as autoridades têm violado os direitos humanos ao agirem de forma desproporcional contra cidadãos que apenas buscam exercer sua liberdade de expressão.
Com novos protestos programados para os próximos dias, a AI instou o governo e as forças de segurança a garantirem que a população possa se manifestar de forma segura e sem intimidação.
"Estas tentativas de esmagar a dissidência pacífica com força excessiva podem agravar a situação dos direitos humanos em Moçambique, já em estado crítico", reforçou a organização.
A AI ainda pediu a libertação imediata de todos os cidadãos detidos injustamente durante os protestos e exigiu investigações credíveis e efetivas sobre os relatos de assassinatos e abusos policiais.
A organização destacou que todos os responsáveis devem ser responsabilizados e que as famílias das vítimas devem receber apoio adequado.
Esse apelo ocorre em um momento de crescente tensão em Moçambique, onde a violência policial contra manifestantes vem levantando preocupações da comunidade internacional e chamando atenção para as questões de direitos humanos no país.