Oposição do Chade Denuncia Registro Eleitoral Corrupto e Exige Eleições Livres
Cerca de 15 partidos de
oposição no Chade denunciaram, neste domingo, 13 de Outubro, a existência de um
registro eleitoral "corrupto" e expressaram sérias preocupações sobre
a transparência das próximas eleições legislativas, marcadas para 29 de Dezembro.
Os líderes dos partidos
oposicionistas afirmam que não existem garantias suficientes de que o pleito
será conduzido de forma livre e justa, lançando dúvidas sobre a integridade do
processo eleitoral.
As candidaturas para as
eleições podem ser apresentadas entre os dias 19 e 28 de Outubro, mas os
partidos de oposição, que não fazem parte da transição política e não ocupam
assentos nas instituições do governo, decidiram intensificar a sua luta por
maior transparência.
Eles apelaram à
população chadiana para implementar um “bloqueio eleitoral”, uma medida de
boicote em protesto contra o que consideram ser um processo viciado desde o
início.
A oposição acusa o
governo de manipular o registro eleitoral e de não garantir a participação
justa de todos os partidos. Sem a devida fiscalização e transparência, esses
grupos acreditam que o resultado das eleições já pode estar comprometido.
O partido de Succès
Masra, ex-primeiro-ministro e uma das principais vozes de oposição no país,
ainda não revelou a sua estratégia para lidar com a situação, mas é esperado
que tome uma posição firme nas próximas semanas.
As eleições de 29 de Dezembro
acontecem meses após a aprovação de uma nova lei orgânica que define a
composição do novo Parlamento. A última vez que os chadianos participaram de
uma eleição parlamentar foi em 2011.
Desde então, várias
crises, incluindo a ameaça jihadista, a pandemia de Covid-19 e a transição
política que seguiu a morte do ex-presidente Idriss Déby em 2021, resultaram no
adiamento contínuo do pleito.
Déby governou o Chade
por mais de três décadas até ser morto em combate em abril de 2021. Seu filho,
Mahamat Idriss Déby, assumiu o poder e liderou um governo de transição que
deveria conduzir o país a novas eleições.
No entanto, muitos
partidos de oposição têm questionado a legitimidade dessa transição e a forma
como o governo actual está conduzindo o processo eleitoral.
Diante de tantas
incertezas, os partidos de oposição no Chade continuam a pressionar por um
processo mais transparente, que permita eleições verdadeiramente livres e
democráticas.
Eles exigem que a
comunidade internacional e organizações de direitos humanos monitorem de perto
o andamento das eleições e garantam que os chadianos possam exercer o seu
direito de voto sem interferências.
Com menos de três meses
para as eleições, o clima político no Chade permanece tenso, e os próximos
passos da oposição serão cruciais para definir o rumo do país.
A comunidade internacional também estará atenta ao desenrolar dos eventos, já que a estabilidade do Chade é essencial para a segurança regional, especialmente em um contexto de crescente ameaça jihadista na região do Sahel.
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