Mia Couto Defende Governo Inclusivo em Moçambique após Eleições de 9 de Outubro
Com as eleições
presidenciais de Moçambique marcadas para 9 de Outubro, Mia Couto, renomado
escritor moçambicano, fez um apelo público em Maputo, pedindo a formação de um
governo que inclua "os melhores", independentemente da filiação
política.
Para ele, o futuro do
país depende de uma governança eficiente e de um sistema de leis que seja
aplicado igualmente a todos, seja para os poderosos ou para os menos privilegiados.
Mia Couto Defende Governo Inclusivo e Leis Iguais para Todos
Durante o lançamento do
seu livro A Cegueira do Rio, Mia
Couto aproveitou a oportunidade para expressar suas expectativas quanto às
eleições gerais.
“Espero que ganhe
Moçambique, no sentido de termos um Moçambique que tenha uma lei só, que não
tenha uma lei dos poderosos e uma lei para os que não têm poder. Isso é o que
espero que aconteça”, declarou o escritor.
Couto salientou que o
país precisa de um governo que escolha os melhores quadros para ocupar cargos
de governança, independentemente de suas cores partidárias. Para ele, essa
seria uma forma exemplar de Moçambique se posicionar no cenário africano e
mundial.
"Por que não fazer
um governo que tenha os melhores, independentemente da cor política? Porque não
escolher os preparados tecnicamente para exercer funções de governação?",
sugeriu o autor.
Crise e Desafios para o Próximo Presidente
O escritor alertou para o cenário desafiador que o próximo Presidente de Moçambique terá que enfrentar, comparando-o à situação vivida pelo país após a independência em 1975.
Para
Couto, o momento exige uma união de esforços entre os diferentes partidos para
superar a crise internacional e a guerra no norte do país, em Cabo Delgado.
“Os assuntos, que são
complexos que a gente tem, não se resolvem com discursos que simplificam a
realidade e que são feitos na base da demagogia fácil”, afirmou Mia Couto.
Apelo pela Paz e Evitar a Violência Pós-Eleitoral
Mia Couto demonstrou
preocupação com a possibilidade de uma nova onda de violência pós-eleitoral,
como a registrada após as eleições autárquicas de 2023, destacando que essas acções
“mancham o sentido de democracia”.
O escritor defendeu
que, caso haja contestações aos resultados eleitorais, estas devem ser feitas
de maneira cívica e com provas concretas, evitando-se especulações sem
fundamento.
“Acho que quem reclama tem que o fazer de uma maneira cívica. Nas eleições anteriores ouvi muitas vozes a reclamar e a ameaçar que vão publicar atas que foram sujeitas a fraude e depois nunca havia essa publicação”, observou Mia Couto.
Ele concluiu dizendo
que, para manter a credibilidade das eleições, é essencial que sejam
apresentadas provas reais de qualquer alegação de fraude, o que, segundo ele,
muitas vezes não ocorre.
Expectativas para as Eleições de 9 de Outubro
As eleições de 9 de Outubro
são vistas como um momento decisivo para Moçambique. Concorrem à Presidência
figuras de destaque no cenário político nacional, como:
“Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Ossufo Momade, da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e Venâncio Mondlane, do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).”
Mia Couto acredita que
a chave para o sucesso do próximo governo reside na capacidade de transcender
as divisões partidárias e focar no bem-estar da população, especialmente em um
momento de crise.