Eleições de 2024 em Moçambique: Denúncias de Fraude e Problemas Operacionais

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Irregularidades Marcam o Processo Eleitoral em Moçambique: Denúncias de Fraude e Problemas Operacionais

Irregularidades Marcam o Processo Eleitoral em Moçambique: Denúncias de Fraude e Problemas Operacionais

As eleições de 2024 em Moçambique foram marcadas por várias denúncias de irregularidades que levantaram dúvidas sobre a transparência do processo.

 

Logo nas primeiras horas do dia, surgiram relatos de supostas fraudes e incidentes em diversas regiões do país. Eleitores e partidos políticos manifestaram preocupações, com uma série de alegações a serem investigadas.

 

O candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido PODEMOS, denunciou a presença de irregularidades nos boletins de voto para a eleição da Assembleia da República.

 

Segundo Mondlane, em 10 dos 11 círculos eleitorais, o PODEMOS apareceu na posição 16 nos boletins de voto, e em um círculo, na posição 15, apesar de terem sorteado a posição 17.

 

Ele classificou o caso como uma grave irregularidade e também apontou falhas na entrega das credenciais aos delegados do partido, prejudicando a fiscalização do processo eleitoral.

 

Na província de Sofala, o deputado José Domingos Manuel, do MDM, denunciou um esquema de fraude eleitoral. Segundo o parlamentar, há informações de que pessoas estariam votando em várias mesas, utilizando um produto para branquear o dedo e driblar o sistema de controle.

 

Além disso, José Manuel destacou que "indivíduos estranhos" estariam fazendo pagamentos a presidentes das mesas de voto em diversos distritos da província, o que levanta suspeitas sobre manipulação dos resultados.

 

Em Nampula, observadores eleitorais relataram situações de desordem em algumas mesas de votação, como na Escola Primária Parque Popular.

 

A Polícia da República de Moçambique (PRM) teve que intervir para acalmar os ânimos, mas a tensão persistiu. Além disso, foi denunciada a presença de polícias disfarçados de Membros de Mesa de Voto (MMV), o que contraria as normas eleitorais e gera desconfiança entre os eleitores.

 

Outras denúncias em Nampula incluem a presença de funcionários públicos e detentores de altos cargos nas presidências das mesas de voto, o que é ilegal segundo a legislação eleitoral do país.

 

Também foi reportado que muitos eleitores, apesar de recenseados, não encontraram seus nomes nos cadernos eleitorais, o que resultou em frustração e longas filas de espera.

 

Na província da Zambézia, especificamente em Quelimane, o correspondente local relatou que várias assembleias de voto não oferecem acessibilidade adequada para eleitores com deficiência.

 

A Escola Primária 3 de Fevereiro, em Quelimane, foi apontada como um exemplo negativo. Além disso, houve atrasos significativos na abertura de algumas mesas de voto.

 

Na Escola Secundária Eduardo Mondlane, a votação só começou às 13h, muito depois do horário previsto, por conta da falta de materiais.

 

Constâncio Maulana, mandatário de Venâncio Mondlane na Alemanha, denunciou o que chamou de "sabotagem" contra a participação dos fiscais da oposição.

 

Ele afirmou que, dos cinco candidatos indicados a Membros de Mesa de Voto (MMV) pelo PODEMOS, apenas três foram admitidos, sem qualquer explicação para a exclusão dos demais.

 

O mandatário também relatou atrasos no início da votação em Berlim devido à falta de materiais necessários.

 

Em Cabo Delgado, na mesa de votação número 100405-02 da Escola Básica de Natite, em Pemba, eleitores enfrentaram lentidão no processo, causando agitação e confusão.

 

A PRM foi acionada para restaurar a ordem. Em algumas mesas da escola, houve uma afluência massiva de eleitores, enquanto outras quase não tinham filas, gerando questionamentos sobre a logística eleitoral.

 

O partido extraparlamentar AMUSI anunciou que pretende impugnar as eleições, alegando irregularidades nos boletins de voto.

 

Segundo o presidente do partido, Mário Albino, o nome e o símbolo do AMUSI teriam sido impressos no verso dos boletins de voto em alguns círculos eleitorais, o que classificou como "ilícito eleitoral grave" e uma tentativa de fraude premeditada. O partido já está a preparar uma queixa formal para impugnar o processo.

 

As denúncias de fraude eleitoral, problemas logísticos e operacionais comprometem a confiança dos eleitores e dos partidos no processo eleitoral, colocando em risco a transparência e legitimidade dos resultados.

 

As autoridades eleitorais deverão investigar as alegações para garantir a integridade das eleições e a confiança da população no sistema democrático.

 

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