Disparos na Escola da Liberdade em Moatize, Tete após revolta da população durante apuração dos resultados eleitorais
Na manhã de 10 de Outubro,
a Escola da Liberdade, também conhecida como B12-Nthumba, no distrito de
Moatize, província de Tete, foi palco de uma situação tensa envolvendo disparos
de armas de fogo.
Após o anúncio de que o
candidato Venâncio Mondlane e o partido PODEMOS haviam vencido em todas as
mesas de voto daquela escola, os Membros das Mesas de Voto (MMVs) recusaram-se
a pendurar os editais e a entregar as actas à população.
Como resultado, a
comunidade local revoltou-se, e a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) foi accionada,
iniciando disparos para dispersar os manifestantes.
Tensão durante apuração dos resultados
De acordo com relatos
locais, os resultados estavam a ser manipulados, gerando uma onda de
insatisfação entre os eleitores. Os MMVs, pressionados a preencher editais com
dados falsos, recusaram-se a publicar os resultados de Venâncio Mondlane nas
portas das mesas de voto, uma prática comum e obrigatória após a contagem.
A revolta dos presentes
rapidamente escalou, com barricadas a serem montadas nas ruas circundantes para
impedir a circulação de veículos que, segundo os manifestantes, transportavam
urnas adulteradas.
Acção da polícia e disparos
Diante da crescente
tensão, a UIR foi chamada ao local
para conter a população que exigia transparência no processo eleitoral.
Testemunhas afirmam que os agentes dispararam para o ar e depois directamente
contra a multidão para dispersar o grupo.
Os cidadãos, revoltados
com a situação, acusam a polícia de proteger fraudes eleitorais, afirmando que
as urnas estavam a ser manipuladas e transportadas para alterar os resultados a
favor do partido governista.
A comunidade local continua em estado de alerta, e várias escolas na região de Moatize, incluindo a Escola São João Batista, enfrentam situações semelhantes de conflito, com resultados eleitorais contestados e um clima de insegurança crescente.