Venâncio Mondlane denuncia irregularidades eleitorais e apresenta queixa à PGR, questionando a imparcialidade da instituição
Na
tarde de ontem, Venâncio Mondlane, líder da oposição em Moçambique, fez uma
contundente declaração sobre a queixa crime que apresentou na Procuradoria
Geral da República (PGR).
Durante
uma comunicação à nação, ele enfatizou a necessidade de responsabilizar o governo
pelos ilícitos e irregularidades que marcam o actual processo eleitoral, que se
aproxima das eleições.
A
fala de Mondlane foi amplamente divulgada pelo canal "Isaltino
Matlasse", e o conteúdo foi transcrito pelo site "Folha de
Manica".
Mondlane
destacou que sua denúncia se baseia em casos amplamente conhecidos e de domínio
público, que não exigem investigações adicionais.
Ele
mencionou que a PGR tem se mostrado parcial, focando em irregularidades
cometidas por membros da oposição, enquanto ignora crimes cometidos pelo
partido no poder.
O
líder da oposição referiu-se a uma "percepção errónea" de que ele
seria o principal prevaricador neste processo eleitoral.
Entre
as irregularidades denunciadas, Mondlane citou o uso de bens públicos para
campanhas políticas. Ele acusou o governo de utilizar viaturas adquiridas para
o Ministério da Educação em campanhas do partido que actualmente ocupa a
presidência.
Essas
viaturas, segundo Mondlane, deveriam ser usadas para melhorar a educação nas
áreas rurais, mas foram desviadas para fins eleitorais. Além disso, ele
mencionou o uso de viaturas das forças de defesa e segurança, ilustrando a
gravidade da situação com imagens que circulam nas redes sociais.
Outro
ponto destacado foi a violência eleitoral atribuída ao partido no poder.
Mondlane mencionou episódios de destruição de materiais de campanha de outros
partidos, especialmente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e a
agressão a seus membros, ocorridos por equipes organizadas do partido no
governo.
Ele
comparou a resposta da justiça a esses casos, que resultaram em penas severas
para membros da oposição, com a impunidade observada em relação aos crimes
cometidos pelos apoiadores do governo.
A
situação é ainda mais preocupante, segundo Mondlane, pela utilização do avião
presidencial para campanhas, que viola as normas orçamentárias. Ele afirmou que
tais práticas não são novas, mas sim uma continuidade de uma cultura de abuso
de poder e recursos públicos para benefício eleitoral.
Mondlane
ressaltou a necessidade de um sistema de justiça imparcial, que não se deixe
influenciar pela política, e destacou a importância de garantir os direitos
fundamentais dos cidadãos.
Ele
mencionou também que está em processo de revisão da Constituição, visando a
introdução de novos direitos, como o direito a água segura, reafirmando o
compromisso do seu partido com a vida e o bem-estar dos cidadãos.
Com
a queixa formalizada, Mondlane aguarda a resposta da PGR, desafiando a
instituição a provar sua imparcialidade e eficácia.
Ele
concluiu sua declaração reafirmando que a luta pela justiça e pela legalidade
no país é crucial e que a sociedade precisa se unir contra a corrupção e a
violação de direitos.
A expectativa é alta entre os seus apoiadores sobre o impacto desta queixa e como a PGR responderá a esta situação delicada no contexto político moçambicano. Clique Aqui para ver mais noticias...