Juízes denunciam politização e se opõem à incursão da FRENAMO
FOLHA DE MANICA - A Associação Moçambicana de Juízes (AMJ) manifestou-se publicamente nesta sexta-feira, 9 de agosto, contra o que considera ser a crescente politização dos processos judiciais em Moçambique.
A denúncia ocorre 24
horas após as bancadas da Frelimo e Renamo na Assembleia da República
aprovarem, de última hora, uma revisão da Legislação Eleitoral que retira dos
tribunais distritais a autonomia para ordenar a recontagem de votos em casos de
irregularidades.
Esmeraldo Matavele,
presidente da AMJ, sublinhou que os tribunais, enquanto órgãos de soberania,
devem seguir a Constituição da República de Moçambique (CRM) e não apenas a Lei
Eleitoral, para decidir sobre contenciosos eleitorais nas próximas eleições de
outubro.
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Matavele reforçou que
"o juiz é independente, interpreta e aplica a lei como considera mais
adequado", destacando a importância de manter a autonomia judicial frente
às pressões políticas.
A crítica da AMJ foi
apoiada pelo Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), que elogiou a
postura dos juízes, considerando-a uma resistência à tentativa da FRENAMO de
comprometer a democracia, utilizando para isso a Comissão Nacional de Eleições
(CNE) e o Conselho Constitucional (CC).
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A crise no sistema
judiciário se intensificou após as decisões conflituantes entre tribunais
distritais e o CC durante as eleições autárquicas de 2023, resultando na
revisão da Lei Eleitoral, recentemente aprovada e enviada para promulgação pelo
Presidente Filipe Nyusi. Clique Aquipara continuar…
FONTE: CDD